O Presidiário
Doce Amor (1970)
Teixeirinha
Queria agora estar nos teus braços
Minha querida
Beijar os teus lábios com todo o calor
Como sempre a beijei
Mas me encontro preso atrás de uma grande
Eu errei na vida
Amor me perdoa eu feri um homem
Mas não o matei
Me arrependi de tudo que fiz
Sozinha infeliz ficaste meu bem
A cadeia é triste cruel
Mas eu sei que você é fiel
Mil vezes provou que me ama também
Falado
Cai a noite o presídio parece
Um campo santo de almas penadas
Que choram.
De quando em quando
O silêncio é cortado pelo ressonar
Dos presos que sonham a liberdade
Lá fora.
Tudo isto me vêm aos ouvidos
Lamentos gemidos tá em mim que não
Durmo também esperando esta hora.
Ah! se não fosse você meu amor minha
Vida, a sublime lembrança querida que
Recai sobre o homem que sou, que te ama
E adora.
Sim, meu amor, sua lembrança
Os meus nervos aquecem, sua imagem querida
Comigo adormece pela madrugada quando
Rompe a aurora.
Atrás destas grandes que cerca meu
Corpo estou tão sozinho
Quatrocentas noites, quatrocentos
Dias estarei aqui
Tem sido tão triste minha solidão
Sem o teu carinho
Aqui neste inferno os dias não
Passam tão longe de ti
Eu não vejo a lua, o sol muito pouco!
Fico quase louco na minha prisão
Eu só me acalmo meu bem
Ao lembrar que estou preso também
Na feliz cadeia do seu coração