De Alma Atada Nas Crina
Moro Dentro Desta 24 Baixos (2009)
Xiru Missioneiro
Me criei guaxo índio taura da fronteira
Riscando couro de lidar com alambrado
Cisma de touro bem de contra o vento norte
Tironeando a sorte nas crinas de um aporreado
Trago o calor dos fogões do tempo antigo
De um pai de fogo essência pura de um braseiro
Sou desta gente crioulo desta comarca
E carrego a marca deste pago missioneiro.
Xucro e bagual temperado à de tiaraju
Sentado num paissandu eu comando meu destino
Me vou teatino de alma atada nas crinas
Pois deus do céu me ilumina e na terra eu me determino.
Trago a riqueza deste rio grande indomado
Terra e pátria que deus me deu de presente
Estampa de taura e um jeitão bem entonanado
Não sou mais nem menos, sou apenas diferente
Fui batizado com bába de redomão
Seiva de orvalho temperando fibra e sangue
Uma calandria se agiganta em minha garganta
Pra cantar minha terra e a alma deste rio grande.