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Guasqueiro e Domador

Troveiro do Mbororé (1989)

Mano Lima

Toldei um bagual ruano que mal pisava o capim
Pingo de saltar esmagando se a volta viesse pra mim
Troteava as chilenas, bufando e bem arreglado
Fui visitar uma morena, que conheci no povoado

Eu que vivo domando e lidando com corda forte
Sou guasqueiro e domador e pra o amor tenho sorte
Boleei a perna no rancho e ele estava na janela
Frouxei o bocal do ruano, atei e fui lá vê ela

Ela foi lá na cozinha e trouxe um mate bem cuiudo
Eu olhava aquelas mãozinhas e apertava com cuia a tudo
E ali tivemos mateando pensando em que conversar
Disse ele tá sentando o teu bagual vai escapar

Só que rebente o pescoço, mas a cabeça é de ficar
Vira o mate e aquenta a água que tá querendo esfriar
Corda que eu faço menina, não é com lonca de sapo
Potro que eu pego se amansa, senão a golpe lhe mato

Agora o ruano tá manso, já dei a segunda sova
Já trouxe a china pra o rancho, morar na querência nova
Nas madrugadas charruas levanto devagarinho
Fica que é uma tatua, aninhada no meu ranchinho


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