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Doma Gaúcha

Domingueiro (2007)

Joca Martins

A primavera vem trazendo no seu manto
Viço pra o campo e pêlo novo pra manada
Um manso que vai, um xucro que vem
Um potro que cai na armada
Dia a dia a serventia é comprovada

O queixo atado, a velha doma gaúcha
"Son cosas brujas" qual ponteio de guitarra
O tempo se vai, um costeio mais
No bagual que sai e esbarra
Outra sova e já se tem pingo pras garras

A minha gente segue firme campo a fora
Tinindo esporas por Rio Grande se traduz
Alma de campo na amplidão do pampa largo
Um descampado que o bom Deus banhou de luz

Num valseado... O potro dança "escramuçado"
Sem ressábios pra um aparte de rodeio
Por "domero" sei de cordas e cavalos
Sovados de arreio, de freio "costeados"
"Muy" bem "rendados"

Mansos de baixo e do lombo nem se fala
Feito uma bala num estampido de trovão
Num upa se foi a terra levanta
Pecha no boi e então
Esta lida é de paciência e vocação

Fazer cavalo pras precisão do serviço
É o compromisso de quem nasce sendo alguém
Um homem se vai, um outro que vem
Herança de pai que tem
Bocal e rédeas pra ensinar o que convêm


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