Bugio da Campanha
Versos, Guitarra e Caminho (1988)
Osvaldir e Carlos Magrão
Vem chegando o bugio da campanha
Estropiado da lida do dia
Trabalhou que nem boi no arado
Fez rodeio,marcou todo o gado,
De lambuja ainda fez a tosquia
Domou potro solito no mais,
Castrou touro tal qual o monarca,
Quebrou o queixo do burro mais brabo,
Fez proezas no lombo do diabo,
E por birra deixou sua marca
Seva o mate gaúcho,se apruma
Faça espuma na taipa do verde
Sirva logo esse baita bugio
Que tá roxo de frio e babando de sede
Recolheu trinta vacas de leite,
E por quebra fez toda a ordenha,
Se esquivando das unhas de gato,
Arrancou o touro alçado do mato,
Ainda trouxe três metros de lenha
Quebrou sete quartas de milho,
E malhou umas dez de feijão,
Carneou rês para toda a peonada,
Fez charque,linguiça e rabada,
E do sebo um tonel de sabão
Seva o mate gaúcho,se apruma
Faça espuma na taipa do verde
Sirva logo esse baita bugio
Que tá roxo de frio e babando de sede
Fisgou peixe no olho da fonte,
Fez espera pra bicho traiçoeiro
Laçou veado no meio da grota,
Perdeu o salto e sola da bota,
Nas pegadas de um cusco ovelheiro
Ajudou uma lebre a dar cria,
Amoitada nas margens do rio
No arremate do mate suspira
Quem disser que isso tudo é mentira,
Que duvide de um outro bugio
Seva o mate gaúcho,se apruma
Faça espuma na taipa do verde
Sirva logo esse baita bugio
Que tá roxo de frio e babando de sede
Fisgou peixe no olho da fonte,
Fez espera pra bicho traiçoeiro
Laçou veado no meio da grota,
Perdeu o salto e sola da bota,
Nas pegadas de um cusco ovelheiro
Ajudou uma lebre a dar cria,
Amoitada nas margens do rio
No arremate do mate suspira
Quem disser que isso tudo é mentira,
Que duvide de um outro bugio