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No Império das Estâncias

Marcas do Tempo (2007)

Nilton Ferreira

(João Ribeiro/Nilton Ferreira/Álvaro Feliciani)

O dia empeça a chegar a pata larga
Chamando o taura para a ronda do destino
O fogo aclara o galpão na madrugada
Onde a peonada é um irmão do mesmo arrimo

Um mate gordo no ritual do campechano
Aquece o peito com a seiva da querência
Recria a alma, flui o sangue de sua rama
Onde inflama a pura cria, em essência

A mim me basta ser gaúcho nesta vida
Sovar nos bastos as baldas da bagualada
Com a moldura da querência em minha lida
Que mundo lindo Deus me deu para morada

A peonada e a tropilha, em desatino
Peala a sina pra um reponte ou pastoreio
Neste tropel do imenso pampa rio-grandino
Encilho o destino pro retovo do rodeio

Um verde campo com o encanto das estrelas
Que campereia nossa história nas distâncias
Alma do mundo que enobrece em vivê-las
Pátria campeira no império das estâncias

A mim me basta ser gaúcho nesta vida...


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