Gaita do Belizário
Gaita do Belizário (1995)
Tchê Barbaridade
Quando me lembro dos pagos
Nos dias de castração,
O laço corria frouxo e o mate de mão-em-mão.
O touro bravo berrava pra se escapar do peão
Mas a faca castradeira fazia o serviço no chão.
Me lembro da tia picucha que era surda de um ouvido
Andava sempre brigando com um fogão velho e entupido.
Chegava de meio-dia tava tudo resolvido
Servia pra pionada cuião de touro cuzido.
Em quanto os homem comiam a velha ficava
De pé gritava de vez em quando se cirvam o quanto quizer,
Não usem de cerimonia tem mais cuião pra quem quer.
Se já comeram a vontade agora é a vez das mulher.
E as filhas da laudelina gostavam de uma brincadeira
Dançavam com todo mundo no "surumgo" a noite intera.
E a gaita do belizário com fole igual uma peneira
levantava a saia delas no balanço da vaneira.