Vinho das Paixões
Vida, Cordeona e Canções (2004)
Beto Caetano
Quando disfarço essa inércia de tear
Em movimento afino os fios da tua roupa
A poesia desce versos em nós dois
Para depois virar milonga em tua boca
O tempo vaza nas areias da lembrança
Pulsando acordes de esporas no silêncio
Em cada pêndulo que dita a hora grave
Quando o amor partido ao meio perde o senso
Quando eu bebo deste vinho das paixões
E me embriago pelo som dos teus cristais
Em cada espelho eu me vejo menos velho
E em cada palco a vida sonha um pouco mais
Em cada espelho eu me vejo menos velho
E em cada palco a vida sonha um pouco mais
As horas assolam realejo de relógios
A vida volta a ter conciência do universo
No sortilégio desta lira pastoril
Que põe auroras de canários no silêncio
A pampa escorre pelas veias do teu braço
Se faz compaço pra embalar meu coração
És um tear tecendo velos de saudade
Para vestir de encantamento a solidão
Quando eu bebo deste vinho das paixões
E me embriago pelo som dos teus cristais
Em cada espelho eu me vejo menos velho
E em cada palco a vida sonha um pouco mais
Em cada espelho eu me vejo menos velho
E em cada palco a vida sonha um pouco mais
{repete}