Tipo à Toa
Poeta e Cantador (2008)
Dionísio Costa
(Dionísio Costa, José Claro)
Nasci pra viver na farra onde conversa a cordeona
Dengo e choro não me agarra, meu abraço não tem dona
Solito me determino, pra me casar tô sem pressa
E o rumo do meu destino é só pra mim que interessa
Bruxaría não me pega, 'zóio' feio não me marca
Tudo que a sorte me nega, eu ajeito na fuzarca
Me sumo quando anoitece, 'campeá' um retosso no pago
Só volto quando amanhece, repunando fumo e trago
Me chamam de tipo à tôa só porque eu gosto de festa
Se tem tanta coisa boa, não 'vô' 'pegá' o que não presta
(Nem ligo pra o que não presta)
Se tem barulho me chego, pra 'bebê' e 'fazê' fumaça
Tô virado num morcego, de noite eu ando na caça
E os 'pila' que vêm suado, vai num tapa que eu nem vejo
Chego no rancho quebrado e os 'beiço' inchado de beijo
Chinaredo e jogatina tão me rapando o bocó
Sou movido à 'cangibrina' e não caio num gole só
Carestia não me afronta, quem tem pouco, não tem nada
Pois enquanto eu pagá a conta, eu é que enfreno essa eguada