Bugio Velho
Passando a História a Limpo (2019)
Júlio Cézar Leonardi
Letra: Aldo Couto Gonçalves
Música: Júlio Cézar Leonardi
Bugio velho bandeou-se da serra, campeando outras terras, meio abichornado;
Queixo-duro, que ninguém amarra, ensacou a guitarra e partiu, bem largado;
Na campanha, o bugio é famoso por ser preguiçoso, lambão e gaudério;
Mas cantando, cravou sua estampa, recortando a pampa, foi levado a sério.
Bugio velho é um índio bem grosso, com cara de moço e carcaça sovada;
Ajoujado no braço do pinho, ele ronca baixinho e vibra a macacada;
Ajoujado no braço do pinho, ele ronca baixinho e vibra a macacada.
Bugio velho se apega em cambicho, parece até bicho, campeando retosso;
Não se importa se a china é casada, solteira ou largada, não solta do osso;
Atrevido, bombeia o chinedo, chuleando sem medo e tirando o sossêgo;
Já varou alguma sanga funda, evitando uma tunda de esfolar pelêgo.
Bugio velho é um índio bem grosso, com cara de moço e carcaça sovada;
Ajoujado no braço do pinho, ele ronca baixinho e vibra a macacada;
Ajoujado no braço do pinho, ele ronca baixinho e vibra a macacada.
Bugio velho é matreiro e medonho, roliço e risonho, e não liga pra luxo;
Meio louco, briguento e tinhoso, é cuera teimoso e aguenta o repuxo;
Numa bóia, o bugio não se acanha e, num trago de canha, o bugio se destampa;
Onde chega, se adona do rancho, lambaio e carancho, se gruda e se acampa.
Bugio velho é um índio bem grosso, com cara de moço e carcaça sovada;
Ajoujado no braço do pinho, ele ronca baixinho e vibra a macacada;
Ajoujado no braço do pinho, ele ronca baixinho e vibra a macacada.