Com Mossa na Cola
Depois dos Mates (2011)
Jader Leal
Eduardo Soares, Fabricio Harden
Cruzou um peão de campo, na frente das casas
Pingando as abas do velho chapéu
O poncho da lida abriga em seu rancho
Campeiro e arreios das manhas do céu
Não se livra encilha, por mais tempo feio
Naqueles potreiros que têm parição
Se achega o setembro, vem pasto e terneiros
Pra o ano inteiro crescer parição
E hoje a estâncias precisam em seu campos
Rodeios de cria com mossa na cola
Já inseminados gerando um terneiro e desmamando outro
Pra não ser esmola
Quem vive no campo e conhece o serviço
Tem por compromisso a lida que encerra
Pois campos povoados, cumprindo sua sina
Garantem sustento e a posse da terra.
Se os campos gaúchos, campanha e fronteira
Tomarem a dianteira com sua produção
Serão mais tranqüilos os finais de tarde
Pra o mate dos buenos junto do galpão
Então nas estâncias, os homens da encilha
Irão pra coxilha pararem rodeio
Mas de um gado Bueno que ao longo do tempo
Garanta o sustento da paz como esteio