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Bem Gaúcho, Deu Pra Ver

Depois dos Mates (2011)

Jader Leal

Gujo Teixeira, Érlon Péricles, Ângelo Franco

Que taura bem entonado aquele que vem na estrada
Vem numa pose de chefe, embora não mande nada
Vem faceiro escramuçando uma rosilha bragada
Que não come o ano inteiro, mas em setembro é amilhada

Os “arreio” do pachola, até se param “engraçado”
É um xergão de carda grossa, mas pequeno e desfiado
Pra sentar bem a carona, de couro seco empenado
Vai um basto duas “cabeça” da marca “lombo pisado”

Um loro de cada de cada pêlo, por supuesto remendado
Estribos de dois tamanho, um liso e um “trabaiado”
Sem se falar dos “pelego”, tingido e já punilhado
E a cincha no osso do peito, com uns 8 fio remendado

E assim se vai pela estrada, pachola abanando os “trapo”
Se sentindo um farroupilha, muito mais do que um farrapo
Com a mesma fibra de antes que a história mostra o porque
Embora meio estropiado, bem gaúcho, deu pra ver

Bem gaúcho, deu pra ver, assim se vai pela estrada pilchado no próprio ser

Vai num bocó nos “arreio”, creolin e umas “bolacha”
No outro pra contrapeso, meio litro de cachaça
Nos tento duro e sem sova um laço de 12 braça
Remalhado “quaje” todo e há mais de ano não laça

Os “apero” corda chata são de feitio caprichado
Da marca do velho guiba, por ele mesmo emprestado
Da pilcha nem se comenta, é uma bombacha amarela
E umas espora bem grande pra conversar com a barbela

Chapéu desabado e torto, um lenço azul, desbotado
Por sobre a camisa branca, com nome de um deputado
Faca de prata e revólver abraçados na guaiaca
Com 120 moedas que valem mais do que a faca


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