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Taureando Minha Existência

Dom de Gaiteiro (2019)

Eliandro Luz

Sou taura desse rio grande crioulo da pampa guaxa
Minha figura se expande de chapéu bota e bombacha
Minha pátria é o chão sulino onde me fiz domador
Gineteio o meu destino num potro corcoveador

Sou do rio grande campeiro o sul é minha querência
Sigo firme nos arreios taureando a minha existência
Nas campereadas da vida o meu chão eu não renego
Sou da formação antiga sou gaúcho e não me entrego

Fui brotado neste chão que nem macega e capim
E o interior do galpão é um palacete pra mim
Sou parte da natureza não mudo a estampa jamais
Nem dou cancha pra tristeza que a vida é buena de mais

Vivo a vida enforquilhado botando potros no freio
Pois gosto de ver o mundo de cima dos meus arreios
Me cobiça os mal domados que se entonam pra enfrenar
Pois quanto mais rebelado mais me gusta de montar

No retoço da mangueira quando aparto a cavalhada
Me agrada égua coiceira que vai pra encilha maneada
Com destreza ajeito os ‘caco’ no lombo dessas malinas
E largo batendo casco honrando a pampa sulina


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