No Império das Estâncias
Pra Alma e Pra Hora do Mate (0)
Nilton Ferreira
O dia empeça a chegar à pata larga
chamando o taura para a ronda do destino
o fogo aclara o galpão na madrugada
onde a peonada é um irmão no mesmo arrimo
um mate gordo no ritual do campechano
aquece o peito com a seiva da querência
recria alma, flui o sangue da sua rama
onde inflama a pura cria em essência
a mim me basta ser gaúcho nesta vida
sovar os bastos nas baldas da baqualada
com a moldura da querência em minha lida
que mundo lindo deus me deu para morada
a peonada e a tropilha em desatino
peala a sina pra um reponte ou pastoreio
neste tropel do imenso pampa riograndino
encilho o destino pro retovo do rodeio
um verde campo com o encanto das estrelas
que campereia nossa história nas distâncias
alma do mundo que enobrece em vivê-las
pátria campeira no império das estâncias