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Pago Santo

De Marcha Batida (1994)

Telmo de Lima Freitas

Quem não souber do pago santo de onde eu venho

Tenho prazer de lhes dizer da onde é que sou
Sou do garrão deste brasil, sou missioneiro

Capim rasteiro que do nada se criou.
Trago na alma a cantiga do meu pago

Rondas de tropa, pastoreio e pó de estrada
Cantar de esporas num trotezito chasqueiro

Que um missioneiro não se esquece nem por nada.
Trago o calor de pai de fogo galponeiro

Brazedo rubro, por do sol que vai de por
Foi essa termpla que me fez enraizado

Olhar voltado pro pavilhão tricolor.
Trago a querência na garupa do meu pingo

Cantar dos ventos nas cordas do violão
Uma tropilha de esperança extraviada

Entropilhadas vem pastar no coração.
Se por acaso estropiar o meu cavalo

Que eu não consiga prosseguir minha jornada
Há de ficar minha cantiga missioneira

Junto da poeira que se erguer n'alguma estrada.


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