PUBLICIDADE

Um Taura do Rio Grande

Um Taura do Rio Grande (2018)

Walther Morais

Saltei de dentro do rancho, ouvindo o cantar do vento
Arrastando argolas e tentos no pedregal do terreiro
Quem nasceu pra ser domeiro trás madrugada na encilha
E repassa qualquer tropilha com cismas de caborteiro

Só trago a força no braço e na curvatura das pernas
Pois maula não se governa, nem se para mal costeado
Quando salto embodocado, tenteando as sombras da lua
Lanhando ao golpe das puas, paletas de um desbocado

Um taura deste Rio Grande tem valentia de sobra
Quando um bocudo se dobra lonqueado a mango e espora
Solitos num campo afora, na mais campeira paisagem
Só quem tem sangue e coragem, por certo, não se apavora
Só quem tem sangue e coragem, por certo, não se apavora

Faço da lida campeira a minha vida nos bastos
Dobrando a ponta de cascos, mapeando algum corredor
Campeiro e alambrador, ponteiro de tropa e posteiro
De vez em quando, povoeiro nos braços de alguma flor

E quando falta um gaiteiro numa noite redomona
Junto no peito a cordeona como quem trata uma bela
E canto uns versos pra ela que, só de ouvir, se arrepia
Enquanto a lua me espia pelas frestas da janela

Um taura deste Rio Grande tem valentia de sobra
Quando um bocudo se dobra lonqueado a mango e espora
Solitos num campo afora, na mais campeira paisagem
Só quem tem sangue e coragem, por certo, não se apavora
Só quem tem sangue e coragem, por certo, não se apavora


PUBLICIDADE

Músicas do Álbum

Veja outros álbuns >