Meu Pingo
Sulino (2006)
Vanderlei Batista
O pingo do meu arreio, foi eu mesmo que domei
arrocinei enfrenei, no estilo do pastoreio
mestre de cancha e rodeio, gateado de toda crina
fogo aceso na retina, que jamais apaga o brilho
É o cavalo que eu encilho, nos dias de ver a china
me espicho ao trote chasqueiro, numa toadita de ronda
bombeando a lua redonda daquelas de corpo inteiro
talareando o parelheiro, que não precisa de pua
nesta comunhão charrua, entre o gaúcho e o pingo
que adivinha que é domingo, e vou rever a chirua
ele conhece o caminho, das outras vezes que veio
e vai atirando o freio, no rumo certo do ninho
e eu me tapo de carinho, o coração corcoveando
meio tonto imaginando, um beijo de amor sincero
e não falta um quero-quero, pra avisar que vou chegando