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Romance de Pedro Campeiro e Maria Clara Morena

Honestidade (2016)

Grupo Sangue Farrapo

Vou cantar um romance de amor e de sangue que um dia
Fez chorar o pampa na história de Pedro e Maria morena
Pedro campeiro, Maria clara morena

Pedro campeiro apeou e pegou uma rosa pra ela
Cruzou a porteira da estância e no peito uma ânsia de um sol na janela
Na semana foi dura a lida e é domingo dia de esquecer o cansaço e repousar nos braços dessa guria

Maria clara morena entoava cantiga entre pães e rendas
com seu vestido de chita era a flor mais bonita daquela fazenda
Em seus olhos trazia o brilho do amor primeiro
Mas seu pai não queria o amor de Maria e Pedro campeiro

Antônio, pai da morena não quis as virtudes de um pobre peão
E a prometera em casório a Francisco Libório filho do patrão
Mas a moça fazia planos com seu companheiro
e o encontro marcado estava combinado à sombra do pinheiro

Chico Libório sabendo dos planos de Pedro e da jovem Maria
com seu orgulho ferido estava enfurecido então naquele dia
O poente chegou mais cedo, e o canto de um galo
prenunciou o alvoroço quando aquele moço encilhou o cavalo

Chico Libório tomado de ódio e tristeza na estrada descia Pedro vinha do outro lado
Todo entusiasmado de amor e alegria, e a morena alegre esperando viu com desespero
Que o tal Chico surgia naquela sombria tarde de janeiro

Dizem que clara implorou pela graça deus e da virgem maria
Que Chico fosse clemente pois um inocente em seu ventre trazia
E a sombra do velho pinheiro presenciou a cena
Quando um raio prateado pintou colorado o peito da morena

Pedro apeou ao largo no peito um amargo e a alma ferida
Ao se achegar num treval
Entre verde e carnal viu Maria sem vida
Pedro guarda um pranto velado que chega a dar pena
Pra uma rosa plantada a lembrar sua amada maria morena


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