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Coplas de Viramundo

Relíquias do Sul (2018)

João Luiz Corrêa

Pra quem não sabe como andejo me apresento
Arrocinado no mundo destino e mala nos tentos
Deste meu jeito trago a querência marcada
Gadelhuda e basteriada marca véia que eu sustento

Conheço o vento pelo sopro donde vem
E a cara do calaveira quando não vale um vintém
Sempre foi gosto pra carreiras de domingo
Encilhar o melhor pingo com semblante de monarca

E se o bochincho descambar para algum rancho
Nem que seja de carancho me entrevero na fuzarca

Quando eu me apeio num bolicho de campanha
Pra lotar frasco de canha e me benzer na pulperia
Sigo alarife pra cabeceira da taba
E a alma velha se lava vendo a sorte que me espia

Ninguém me ganha no grito ninguém me aperta
Que na hora da lambança abro picada na certa
E assim por diante chapéu torto e satisfeito
Pouco sei dos meus direitos e que me importa o delegado

Surrando a vida e a cara destes ventenas
Não dou asas nazarenas pra bagual de lombo arcado


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