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Campo, Quimera e Amargo

Sempre Teu (2018)

Álvaro Neves

Álvaro Neves e Juca Mendes

Hoje o meu amargo só foi cevado na tarde
Se embretou a saudade pelas frestas do ranchito
O campo outrora já me pareceu mais largo
E hoje alolargo aqui proseio solito
Mas que baita repucho pra um gaúcho gaudério
Viver assim tão sério embretado em pensamento
Pro desgosto do peito a chinoquita faceira
Se bandeou caborteira e só deixou sentimento

Quem avistar de longe verá uma velha tapera
Onde impera arranchado no meu peito a saudade dela
O vento sopra no oitão trazendo a mesma quimera
Da rosa que outrora foi no jardim a mais bela

A noite estancieira no reponte a despacito
De grená e de negro pinta o campo estendido
Se não fosse o cusco me despertando em acôos
Enxergava teu vulto com o vestido florido
Falquejando a lembrança desta sina quase errante
Não sou forte o bastante, como potro solto ao vento
Remoendo a saudade olhando o catre atirado
Sorvo o mate amargado já lavado pelo tempo


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