Quebrando Geada
Um Fandango à Moda Antiga (2017)
Grupo Cantar Galponeiro
Aldo Pereira e Jones Andrei Vieira
O verão se entrega atrás da coxilha
Bem desconfiava que andava a esmo
Perdeu a força, não tinha calor
Já fazia dia que não era o mesmo.
O minuano sopra açoitando macegas
E tenebroso uivo dando arrepio
Os dias ficando cada vez mais curtos
E a nova estação vem trazendo o frio.
O outono sulino vem mostrando as garras
Desatando as amarras ofuscando o brilho
Num sul que até ontem era verde esmeralda
E como miragem amanhece tordilho.
/Quando chega a invernia vamo quebrando geada
Prepara o mate para esquentar
Uma dose de graspa num café bem preto
Mistura serrana pra lida iniciar./
O horizonte cinzento feito uma cortina
Debruça as crinas escondendo os serros
Chaminés do ofício troteando fumaça
É a vida que passa ao redor do braseiro.
Fogões galponeiros cuspindo tições
Mudam a paisagem em tons diferentes
O poncho guardado ganha a serventia
E o rigos do dia encaranga o vivente.
Cambonas chiando e roncos de mate
Guamirim valente garante o braseiro
Ovelhas lanudas vem rondar o rancho
Despertando o cusco que trocou de pelo.