Cantar Galponeiro
Clássicos da Pampa Gaúcha (2009)
Olivo Girelli
Meu verso é rio de águas claras correndo para o remanso
É igual um potro manso de andar garboso e faceiro
Faz tempo que é meu parceiro pois é o meu verso que acalma
As penas da minha alma nas horas do desespero
O meu cantar galponeiro traz a marca da querência
E a prova duma existência cevada num mate amargo
E quem aceita o encargo de campeiro cantador
Sabes que és fiador da memória do seu pago
Quem não renega as origens é cerne de corunilha
Plantado numa coxilha, palanque por vocação
Esta xucra devoção expressa através do verso
Participa do universo sem desgarrar do seu chão
O meu cantar galponeiro traz a marca da querência...
Meu verso carrega o timbre do sentimento nativo
Que a cada rima é um estribo onde se afirma a consciência
É nesta busca de ciência, meu canto é quase sagrado
Porque projeta o legado além da minha existência
O meu cantar galponeiro traz a marca da querência...