Farrancho
De Campo e de Mato (2005)
Volmir Dutra e Grupo Criado em Galpão
Quando a cordeona se espicha
E o coração corcoveia
Levando a noite por diante
Enquanto o farrancho incendeia
Uma luz de lamparina
É uma estrela que clareia
Que dos esteios do rancho
No lusco lusco se apeia
A solidão que me ronda
Há muito minha parceira
Hoje largou meu destino
Nos braços de quem me queira
Sou do universo campeiro
Que fica alem das porteiras
Gosto de trago e retoço
E de china linda e faceira
Refrão
A cordeona noite a dentro
Vai saludando o rincão
Repontando a voz do pago
Pra estância do coração
De-lhe cordeona e vaneira
Sobre a quincha do galpão
Levando a alma encardida
Da polvadeira do chão
Depois de um trago de canha
Me largo no entreveiro
Trilhando a volta da sala
Mesmo que boi tafoneiro
E quando a china me agrada
Chego e danço se floreio
Que eu sempre deixo saudade
Nos ranchos onde eu me apeio
A madrugada me leva
Na garupa da cordeona
E eu levo na venta o cheiro
Do perfume da sinhá dona
Me silvando pra o rancho
Esta veneira gaviona
Contraponteada no basto
Rangendo por sobre a carona