O Bolicho do Tio Candinho
Alma de Galpão (1980)
Telmo de Lima Freitas
Daqui um poquito eu vou chegar lá no bolicho
Do Tio Candinho, no rincão Maçambará,
Comer sardinha com bolacha e um gol de vinho,
E achar o caminho que me leve onde ela tá.
Esse cacoete de gostar de xixo bruto,
Eu sou matuto e aprendi desde piá,
Fim de semana sinto cheiro de cordeona,
E as leoronas me convidam pra dançar.
Toque de gaita na campanha é loteria,
Traz alegria pra peonada do rincão,
Segunda-feira o dia é outro e vamo embora,
E não tem nada, nem que tenha meu irmão.
E se eu chegar de madrugada eu chego cedo,
Não tenho medo da ressaca me pegar,
Vou pra mangueira embuçalo o que me sobra,
Se inchar o lombo se prepare pra apanhar.
Eu vou taureando nessa vida candongueira,
Ganho sonseira mais me sobra pra gastar,
Se tiver xixo me convide, eu sou parceiro,
Um missioneiro não se entrega sem pelear...