Pra Quem Tem o Campo Na Essência
Campanha (2008)
Pátria Sulina
(Letra: Fernando Soares | Música: Jones Andrei Vieira)
Largo a boca na canhada empurrando um doze-braças
E a trança se torna escassa pra um terneiro que dispara
O vento sopra na cara tapeando, assim, o sombreiro
Sobrou pata ao caborteiro e faltou pro malacara
De vereda meto a espora e "afróxo" a boca do pingo
Só uma argola vem zunindo, guiando o rumo da armada
Mas que baita gauchada e se topou um malino
Virou de lombo um brazino lá no fundo da invernada
Estendo os olhos pra pampa e a alma pra um descampado
E um laço bem estirado bordoneia a própria sina
E a lida se vem por cima pra quem tem campo na essência
E a querência é mais querência na minha pátria sulina
Volto às casas tranco afora, ringindo o lombo do arreio
E o pingo mascando o freio, contraponteando no embalo
Campeiro, cusco e cavalo, findando a lida na estância
E um pôr-de-sol na distância, noiteiro chegando ao pago
Um quero-quero entonado, mostrando as garras de espinho
No instinto que ronda o ninho nas horas que a noite acampa
Uma coxilha na pampa por sob um céu estrelado
E um ranchito bem quinchado pros ventos que se descampa
Estendo os olhos pra pampa e a alma pra um descampado...