Quando Floreio a Encordada
Por Isso Canto, Senhores (2010)
Pátria Sulina
(Letra e Música: Rogério Villagran)
Quando floreio a encordada numa milonga baguala
O mundo xucro se embala e o tempo pede a bolada
Fica a vida alvorotada e a alma firma o garrão
Me palpita o coração pulsando descompassado
Quando a quarta faz costado e a prima logra o bordão
Quando floreio a encordada uma gana me atropela
Pede cancha e se afivela nesta cadência ponteada
Compasso de cola atada que reponta e alucina
Vagam suspiros de chinas, se agranda a força dos tauras
E o teu eco mostra a cara da minha pátria sulina
Quando floreio a encordada, me acolhero ao que tenho
Canto o rincão de onde venho, minha querência abençoada
Chão que não troco por nada porque pra mim vale tanto
Meu Rio Grande, pago santo moldado pelos valentes
Que plantaram a semente da qual germinou meu canto
Quando floreio a encordada que um bordoneio refugo
Bem mais pampeano me julgo porque esta estampa me agrada
Sinto a viguela templada de calmarias e ânsias
Acolherando distâncias num atropelo de cordas
Por onde sempre transborda seivas de rumos e estâncias
Quando floreio a encordada arrinconado me lembro
Das marcações de setembro e das tosas de manda
Do domeiro e a potrada sovando bocais e arreios
Do alvoroço dos rodeios redemunhando na poeira
E a cachorrada ovelheira na escora de um sem costeio
Quando floreio a encordada, me acolhero ao que tenho...