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Templo Campeiro

Pras Bailantas (2016)

Júlio Cézar Leonardi

“Seja bem-vindo, companheiro! Este galpão é o meu templo campeiro!”

Passe pra adiante, parceiro, que eu já tô faceiro com a tua chegada;
neste santuário gaúcho não existe luxo, mas não falta nada;
larga teu poncho e te assenta, que o peito se aquenta num bom mate amargo;
enquanto assa a costela, vem tirar da goela a poeira, num trago.

Vivo aqui neste galpão, honrando a tradição e os costumes antigos,
abrindo a velha porteira do templo campeiro pra todos amigos;
abrindo a velha porteira do templo campeiro pra todos amigos.


“Bamo” pitando um palheiro, que traz em seu cheiro saudade em essência;
fala da tua gauderiada, da prenda e a piazada e da velha querência;
pra carpetear tem baralho, enquanto o borralho desmancha a pauleira;
depois, tu surra o leguero, domando o gaiteiro em bugio e vaneira.

Levantei este galpão, honrando a tradição e os costumes antigos,
abrindo a velha porteira do templo campeiro pra todos amigos;
abrindo a velha porteira do templo campeiro pra todos amigos.


Mas, se o cansaço te abraça, derruba a carcaça em qualquer pelêgo;
só o canto da passarada acompanha a sesteada pra quem quer sossego;
e, quando chegar a hora de ires embora de volta ao rincão,
leva contigo a saudade, a paz e a amizade deste meu galpão.

Levantei este galpão, honrando a tradição e os costumes antigos,
abrindo a velha porteira do templo campeiro pra todos amigos;
abrindo a velha porteira do templo campeiro pra todos amigos.


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