Medley - Perdido Num Baile de Fronteira - Marca Touro
30 Anos (2016)
Os Mateadores
Lembrando daquele baile que fui um dia lá na fronteira
Peguei a minha cordeona que tantas vezes me foi parceira
No retoço de um surungo meti o matungo numa ratoeira
Entrei pulando a janela e disse pras belas "adescurpe" a poeira
Cheguei arrastando a asa dei "Oh! De casa" pros bagaceiras
Achei uma preparada dessas guardadas na prateleira
A la pucha meu compadre porque a cachaça era brasileira
Eu empinei o gargalo e cantei de galo pra sala inteira
(E a peonada num vai vai vai e as prendinha num vem vem vem
Bis
Era um baita sapateio e eu perdido pelo meio não me achava com
Ninguém)
O sol nem tinha baixado e tavam grudado numa rancheira
Puxada na quatro soco na mão do loco do joão cruzeira
Ponteando um violão bacudo naquele estudo lá da fronteira
Andava um xirú crinudo apostando tudo numa dedeira
O batedor de pandeiro tocava em riba de uma cadeira
Olhava o baile por cima fazendo clima com a bolicheira
Quando o mingau ficou quente saltava gente da frigideira
E o baixinho valente quebrou dois dentes na brincadeira
Entrei numa jogatina porque uma china me deu bandeira
E me tiraram pra bobo fizeram um rombo na minha algibeira
Num ato de desespero abri um berreiro com os calavera
Não é querer me exibir mas amanheci ombreando madeira
Depois de quebrar a louça o quarto das moças era uma trincheira
Pra uma senhora minha amiga eu disse que a briga era passageira
No meio do galinheiro eu ouvi parceiro a saideira
Por sorte salvei meu terno daquele inferno lá da fronteira
/
Levo minha vida nos arreios
Montando aporreados sou ginete
Ganho uns pilas sendo campeão de rodeio
Aprendi desde piá a ser valente
(Já perdi as contas de quantos domei
E tantas querências por onde passei
Minha doma é ferro tipo marca touro
Bicho ruim na minha espora é freio de ouro
Domador e ginete
Sou da lida sou campeiro
E na peleia sigo enfrente
Domador e ginete
Tenho confiança no braço
Que herdei, da minha gente)
Gosto de um crinudo corcoveando
Da estância ao campo gastar ferradura
E as rosetas das esporas trabalhando
Vão cortando contra o vento que murmura