Meu Chasque não Tem Floreio
Do Interior (2016)
Ita Cunha
Letra: André Oliveira
No velho Caiboaté grande, tua crioula querência
Até os ventos da pampa choram triste a tua ausência
Mas tu, como um carreteiro não findou tua existência
De freio e pelego na mão ou num pai-de-fogo em galpão
Vive a tua alma em essência
Teu verso faz reverência ao saudoso poeta doutor
Nas minhas primeiras rimas, me inspirou por professor
Também batemos estrivos nos setembros campo em flor
Ao lembrar me embarga a voz, foi te encontrar, Elvio Munhoz
Nos campos de nosso Senhor
Tu usava bombacha larga e um chapéu de metro e meio
Laçava de toda trança, pealava algum sem costeio
Usava botas de potro, pechava touro no meio
Riscava lombo com a espora, sacando boi campo afora
Só na barbela do freio
Tu usava bombacha larga e um chapéu de metro e meio
Laçava de toda trança, pealava algum sem costeio
Usava botas de potro, pechava touro no meio
Riscava lombo com a espora, sacando boi campo afora
Só na barbela do freio
Deixou teu pingo gateado e um laço de doze braças
Que enrodilhava graúdo quando cruzava na praça
Vinha espumando na anca de argola grande machaça
Luzindo, vinha ponteando, com o tarumã desfilando
Honrando o garbo da raça
"Amigo Gaspar Machado, meu chasque não tem floreio
Sou taura que calço a espora, também sou homem do arreio
Peça a Deus, patrão do céu e a São Pedro, sem enleio
Que te ajuste no pago santo pra recorrer estes campos
Com o Negro do Pastoreio"
Tu usava bombacha larga e um chapéu de metro e meio
Laçava de toda trança, pealava algum sem costeio
Usava botas de potro, pechava touro no meio
Riscava lombo com a espora, sacando boi campo afora
Só na barbela do freio
Tu usava bombacha larga e um chapéu de metro e meio
Laçava de toda trança, pealava algum sem costeio
Usava botas de potro, pechava touro no meio
Riscava lombo com a espora, sacando boi campo afora
Só na barbela do freio