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Cheiro de Galpão / Vanera Grossa

Os Monarcas Ao Vivo (2007)

Os Monarcas

(Com este tranco dos Monarcas,
vamos levando esse cheiro de galpão
por este Brasil afora)

Esta vaneira tem um cheiro de galpão
Que reacende o meu olfato de guri
É pau-de-fogo da memória dos fogões
Essência bugra que me trouxe até aqui

Essa vaneira tem um cheiro chimarrão
De seiva xucra derramada no braseiro
Quando a fumaça do angico se mistura
Com um odor de figueirilha no palheiro

Esta vaneira tem um quê de quero mais
Que reativa um paladar que já foi meu
Relembra a rapa da panela que furou
E no cantinho da memória se perdeu

Esta vaneira tem sabor de araçá
Jabuticaba, guabiroba, ariticum
Por isso lembro o tempo bueno de piá
Enlambuzado de pitanga e guabiju

Esta vaneira tem um dom de reviver
Fazer as cores que o tempo desbotou
Sentir as formas que o tato esqueceu
E ser de novo o que eu fui e já não sou

Esta vaneira tem um quê de nostalgia
Que traz de volta o romantismo do cantor
Revigorando um coração que endureceu
E não queria mais ouvir falar de amor

Esta vaneira tem um quê de quero mais
Que reativa um paladar que já foi meu
Relembra a rapa da panela que furou
E no cantinho da memória se perdeu

Esta vaneira tem sabor de araçá
Jabuticaba, guabiroba, ariticum
Por isso lembro o tempo bueno de piá
Enlambuzado de pitanga e guabiju

/

Essa vanera é antiga
E vem da fronteira
O autor não se sabe
Mas é de primeira
Me toque a vanera grossa
Me apinchou na sala
Num trote de guapo
A gaitita me embala

E não existe mais grossa
Que essa vanera
Na manha do ganso
Vou na polvadeira
Menina dance comigo
Que é do meu agrado
A vanera grossa no jeitão largado

Recordo os tempos passados
Que morei na roça
Vovô já tocava a vanera grossa
Mas hoje os tempos mudaram
Ficou a saudade
Mas trouxe a vanera morar na cidade

Vanera que o povo canta e aprende a dançar
Em qualquer bailanta chegou pra ficar
E no fandango monarca
Bailando a contento
Vanera é uma marca que faz casamento.


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