Motivos
Varais de Esperanças (2017)
Miro Saldanha
(Miro Saldanha)
Onde vou me perguntam razões pro o meu canto nativo
E as origens deste olhar altivo, que encara de frente ao falar;
Por que, tenho esse orgulho ferrenho do pago onde vivo.
Mas carrego e cultivo um galpão de motivos que eu posso explicar:
É que eu trago a memória dos campos, coxilhas e montes;
E um passado de glórias e heróis que lutaram nas guerras.
Vem de berço a altivez desse olhar, habituado a horizontes,
E o cantar de quem traz por legado o amor pela terra.
REFRÃO (Bis)
Em cada peito há um coração;
Em cada rancho, um jardim.
E em cada palmo deste chão
Há um pedaço de mim.
Cada saco de grão vem do ventre da terra lavrada.
Cada naco de chão que dá fruto produz e levanta o país.
E quem não ama o chão onde teve a semente plantada,
Planta, dentro de si, a semente estragada que a terra não quis.
São de paz as razões que nos juntam nessa cavalgada.
E hoje é festa a fumaça que enfeita o bocal das garruchas.
Novos tauras comungam fogões, pelas manhãs de geada,
E o bom mate, marca registrada da gente gaúcha.
REFRÃO (Bis)