No Rastro de Uma Milonga
Do Jeito Que Eu Gosto (2015)
Zezinho e Floreio
A tarde adormece calma...
Na quele rancho do fundo,
Tirando acordes da alma,
Neste Santuário do mundo,
Onde uma garoa, desce...
Lustrando o pêlo da eguada,
E um quero-quero padece,
Cuidando o lombo da estrada;
Este é o mundo que tenho,
Quando a tarde se prolonga,
É do Rio Grande qu'eu venho,
No rastro de uma milonga;
Entre o galpão e o brasedo,
Uma cambona, resmunga,
E a peonada, sem segredos,
Num mate amargo, comunga,
Com uma viola chorona...
Parindo notas ao vento,
Uma milonga, se a dona,
Deste bagual sentimento;
E a tarde quieta, se vai...
Numa garoa, guasqueada,
E o pensamento me trai,
Pegando rumo, na estrada,
Vai bater n'outra janela...
Na casa grande, de abrigo,
Foi buscar a minha bela,
Para vir matear comigo;