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Milongão de "Juntá" Vaca

Fronteira (2008)

Mauro Moraes

Um baio, dois doradilhos
E um gateado cara branca
Mostrando graxa na anca
De laço atado nos tentos!
Eram dois brancos, dois negros
O capataz, três campeiros
Cimarrons e ovelheiros
E o campo por sentimento.
Faltava um lote de vacas
Da invernada do "espinilho"
O dia sobre o lombilho
Não é fácil, mas é lindo!
Quando a manhã vem se abrindo
Secando o lombo do pasto
A indiada bate num rastro
Donde não cruzam os pingos.
Milongão de "juntá" vaca
Se a vida empaca
A gente empurra nos encontro.
Pois quem tem alma de estância

E a "sustância" do varzedo,
Aprende cedo... a camperear e pronto!
A cuscada entra na grota
Sacando duas "fumaças"
Quatro "poliangas" gordaças
E uma "pampeana" falhada.
Foi a grito e a pechada
Que se "enlotou" no rodeio
Quando o manejo do freio
Sustentava a campereada!

Não voltou uma "brasina"
Esta por certo não volta
A cachorrada achou morta
"bolcada" ao pé de um sangão.
Coisas do oficio de peão
De quem tanto campereia
Veio a marca e as "oreia"
Pra apresentar ao patrão.


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