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Pescoceiro

30 Anos de Coxilha Nativista (2010)

Jorge Freitas

La pucha corpo delgado
"Bien cepillado", pelo de lontra
Malo empeçado atrás do olhar
La mala suerte
Ao que se enraiva o boleador
Troca de ponta
"Bien cepillado", pelo de lontra

Sempre atorado, desinquieto, relinchando
"Medio" pelado, nas cadenas do buçal
"Caballo" lindo, "pero lleno" de rancor
Por faltar um maneador e a ciência do bocal

Morde a si mesmo, sacando couro de "pecho"
E por "derecho" se desdobra num salsero
Aperta a cincha, senta e abraça o palanque
Sempre com ganas de extraviar os meus arreios

Pois sem costeio solamente estenteador
Saio porfiando e canta a espora no garrão
E a tal confiança no ensino racional
Nos apresenta mais baldas do que função

Que judiaria uma tronqueira deste porte
Ter o destino pelo bridão extraviado
Pois é melhor dar uns "tirão" e impor respeito
Que vê-lo feito pescoceiro e desbocado


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