Tempo Osco
Investida (2010)
Floreio Nativo
(Letra: Eduardo Corrêa | Música: Paulo Silveira/Esequiel Oliveira/Gustavo Padilha)
De judiaria tenho um lombo bastereado
Venho sovado de lida e berro de boi
Tenho meu peito ensimesmado de ânsias
Dor e distância de um tempo que já se foi
De judiaria trago os arreios cansados
Couro estropiado de suor e mormaceira
E a polvadeira sobre as tramas do alambrado
Faz um costado pra os desmandos da soiteira
Que tempo osco pra os que vivem nas lonjuras
Nessas planuras onde reina a calmaria
Onde a poesia traz semblantes de ternura
De noite escura, de mau tempo e judiaria
De judiaria tenho a alma caborteira
Lisa e matreira nos fundões de invernada
Acabrunhada por mania de campeira
Por estradeira mangrulhando nas canhadas
De judiaria minha tropilha vem baldosa
Para sestrosa nos gritos de recorrida
Refuga a lida centenária das esporas
Que nesta hora vem me chamarreando a vida
Que tempo osco pra os que vivem nas lonjuras...