Meu Verso
Um Canto Meu (2007)
Miro Saldanha
Eu aprendi a cantar versos
Na solidão dos caminhos;
Trouxe a sina dos sozinhos,
De quem já nasceu teatino;
E o meu canto peregrino,
Meu companheiro de infância,
Ia encurtando as distâncias
Pra chegar ao meu destino.
Meu verso fala de apelo,
Como uma mão estendida;
Meu verso fala de vida,
Por ser contrário à matança
De um povo de alma criança,
Que ama a paz, não a guerra;
Mas que, ao chamado da terra,
Morre abraçado na lança!
REFRÃO
E já que, mesmo sem guerra,
Não vou ficar pra semente,
Quero uma cruz e uma campa,
Bem perto da minha gente;
Pra ter os pés sobre a Pampa
E olhar o mundo de frente!
-.-.-.-
Eu trago as lutas de um povo
No bojo de uma guitarra;
Pois quem peleia, com garra,
Bem que merece a vitória;
Não que eu reivindique glórias
Que o tempo nunca dará;
Mas, onde se fez história,
Um gaúcho estava lá!
Eu não renego a Mãe-Pátria,
Mas meu sangue é farroupilha,
Que envermelhou as coxilhas
Em nome de um ideal!
E se, de um jeito brutal,
Morreu tanta gente guapa,
É porque a história farrapa
Merecia outro final.
REFRÃO (bis)