Bugre do Mato
Nem Pisoteando Não Morre (2012)
Paulo Garcia
Paulo da silva garcia
quando a tarde vai-se embora
e aumenta mais a saudade
olhando pela janela
a imensidão da cidade
o destino por maleva
na cidade me embretou
Às vezes fico pensando
a mim mesmo perguntando
se ainda sei quem eu sou
eu sou um bugre do mato
que o destino deu um pialo
sou capataz de fazenda
sem arreio e sem cavalo
eu sou o rio grande antigo
caminhando pela rua
fazendo rondas gaúchas
em cada quarto de lua
eu sou um quero-quero triste
que campeia onde pousar
eu sou a vertente d´água
que não parou de pulsar
eu sou o próprio ginete
gineteando campo à fora
sou a roseta ensanguentada
sou madrugadas de geada
sou saudade lá de fora
eu sou um bugre do mato
que o destino deu um pialo
sou capataz de fazenda
sem arreio e sem cavalo
eu sou o rio grande antigo
caminhando pela rua
fazendo rondas gaúchas
em cada quarto de lua
sou rancho de santa fé
sou guarda-fogo de angico
que vai queimando solito
no borraio do galpão
eu tenho garra de peão
que morre, mas não se entrega
e a cidade não agrada
quem cresceu pisando geada
e dormindo nas macega
eu sou um bugre do mato
que o destino deu um pialo
sou capataz de fazenda
sem arreio e sem cavalo
eu sou o rio grande antigo
caminhando pela rua
fazendo rondas gaúchas
em cada quarto de lua
por nelson de campos