Bailanta da Tia Fia
Pampa de 23 (1994)
Xiru Missioneiro
Xiru Missioneiro
Era um sábado lindaço o sol acendeu o dia
O dom Sarate Payador no seu programa anuncia
Convidando pra bailar perguntando se eu não ia
Traquejei bem as melena me enfeitei bem pras guria
Traquei sebo nas botina hoje eu me ajojo c'o as china
Na bailanta da tia Fia
Na bailanta da tia Fia a gente chacoaia as cadera
E a bunda das dançadera parece que diz assim:
Pra mim, pra ti, pra ti, pra mim
Pra mim, pra ti, pra ti, pra mim
Se entrevera preta e branca, mulata, ruana e morena
Num tranquito socadito e a noite fica pequena
(Háhá, pois todo cusco que come oveia,
Late até dum pelego, fui rumpiano pra bailanta)
(O dom Luiz, o mestre sala um selo de garantia
Não deixa dançar de pala nem com promessa pra o dia
Se o tipo é mal encarado e não tem muita simpatia
O dom Luiz tira pra fora e segue a farra em harmonia
Se o xirú é bem atipado entra solteiro e sai casado
Na bailanta da tia Fia
Na bailanta da tia Fia a gente sacode as cadera
E a bunda das dançadera parece que diz assim:
Pra mim, pra ti, pra ti, pra mim
Pra mim, pra ti, pra ti, pra mim
Se entrevera preta e branca, mulata, ruana e morena
Num tranquito socadito e até a noite fica pequena
(Trazendo a china mais chacoaiada
Que um sessenta foia em boca de cachaço)
Segui botando pros eixo chacoaiando bem os cacho
Diz que a dança fica boa quando se baila borracho
E uma ruana beiço pintado mordia o meu barbicacho
Mais quente que água fervendo bufando dentro dum tacho
E a madrugada se ajusta com a chegada da tia Augusta
Co chinedo lá de baixo
Na bailanta da tia Fia a gente sacodea as cadera
E a bunda das dançadera parece que diz assim:
Pra mim, pra ti, pra ti, pra mim
Pra mim, pra ti, pra ti, pra mim
Se entrevera preta e branca, mulata, ruana e morena
Num tranquito socadito e até a noite fica pequena
(E o mulheredo me avançando que nem mamangava picaça, hohoba)
Contribuição: Nelson de Campos