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Crendices

Cantar (1986)

Rui Biriva

Autores: Talo Pereyra/Sérgio Aragonês/Nilo Bruno

Ferradura enferrujada sobre a soleira da porta
O quebranto fica fora e não entra o guampa torta
Um ferrão de Quero-Quero, sete cabeças de alho
Um guizo de cascavel e um São Jorge de baralho

Já mandei fechar meu corpo, Jesus Maria José
Vou botar meu breve novo de pena de caburé

Tição cruzado no fogo, te garanto que é um estorvo
Não se mata joão-de-barro nem se dá tiro no corvo
Não durmo com os pés pra rua, não sento em mesa de 12
Evito velar defunto porque não gosto da pose

Já mandei fechar meu corpo, Jesus Maria José
Vou botar meu breve novo de pena de caburé

Praga de noiva enjeitada, é igual que coisa feita
Pior que pisar em despacho, milho e galinha preta
A praga ataca por baixo, o índio perde a tenência
De nada vale amendoim nem os recursos da ciência

Já mandei fechar meu corpo, Jesus Maria José
Vou botar meu breve novo de pena de caburé


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