Limpa Banco na Restinga
Vanera Vanera (2002)
Os Serranos
Bem fachudaço vem ao tranco meu tordilho
Bem perfilado farejando algum cambicho
Faz muito tempo que só come alfafa e milho
E o seu serviço é me levar para os bolichos
Canha nos tentos, fumo em ramo e palha boa
De pilcha nova, levo os pilas na guaiaca
Chapéu tapeado e um poncho espanta garoa
O amor nos olhos e a sorte no fio da faca
(Vamos moçada, ninguém hoje me segura
Mato a saudade nos braços de alguma gringa
Jogo pro alto qualquer dor que me tortura
Num limpa banco lá pras bandas da restinga)
Essas bailantas vão drenando os meus caprichos
Mal abre a gaita aparto a flor mais cobiçada
Já não me importo de ouvir outros cochichos
E dos olhares de soslaio da peonada
Quando o gaiteiro quer parar eu peço vasa
Já rodilhudo de um reinado de carancho
E a bailanta recomeça em outra marca
Sem ver o dia eu jamais volto por rancho