Milonga Abaixo De Mau Tempo
Paulo Fogaça Canta José Cláudio Machado (2013)
Paulo Fogaça
Coisa esquisita a gadaria toda
penando a dor do mango com o focinho n´água
o campo alagado nos obriga à reza
no ofício de quem leva pra enlutar as mágoas
olhar triste do gado atravessando o rio
a baba dos cansados afogando a volta
a manha de quem berra no capão do mato
e o brabo de quem cerca repontando a tropa
(agarra amigo o laço enquanto o boi tá vivo
a enchente anda danada molestando o pasto
a passo que descampa a pampa dos mil réis
e a bóia que se come retrucando o tempo
aparta no rodeio a solidão local
pealando mal e mal o que a razão quiser
amada me deu saudade
me fala que a égua tá prenha que o porco tá gordo bis
que o baio anda solto que toda cuscada lá em casa comeu)
coisa mais sem sorte esta peste medonha
curando os mais bichados deu febre no gado
não fosse a chuvarada se metendo a besta
traria mil cabeças com a bênção do pago
dei falta da santinha limpando os pesuelos
e do terço de tento nas prece sinuelas
logo em seguidinha é semana santa
vou cego pra barranca e só depois vou vê-la