Versejando
Dose Dupla Volume III (2005)
Os Monarcas
Bota o basto na poesia quando a aurora se debruça
pressinto a barra do dia e o faro logo se aguça
total se estou mal dormido não me custa amanhecer
cantando um verso comprido só pra ver o sol nascer
batucas com o bordão troteio lento na prima
com a gaita de botão e o fole xucro se empina
o verso é uma conseqüência pra quem canta a vida inteira
que vem rever a querência neste retorno a fronteira
o rio cruza corcoveando bagual xucro e desconfiado
como a mandar mareteando que eu cante um verso rimado
nos mates largo que sorvo, ao cheiro do campo em flor
no ventre da mata virgem vestindo o verde frescor.