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Cativeiros

Temperando a Vaneira (1995)

Antonio Gringo

Ouvi um pássaro cantar num cativeiro
Naquele instante não contive a emoção
Em saber que a beleza de seu canto
Condenou-o a viver numa prisão

Se, por cantares, hoje vives prisioneiro
Somos iguais neste ofício de cantor
Pra dar ao mundo mais poesia e ternura
Em liberdade, cantar a vida e o amor

(Não tem preço, a liberdade não tem dono
Só quem é livre sente prazer em cantar
Se um passarinho canta mais quando está preso
É no desejo de um espaço pra voar)

Quantos homens nas gaiolas desta vida
Aprisionados pela empáfia do poder
São como pássaros, cativos da injustiça
Morrendo aos poucos na prisão do mau-viver

Quero ver pássaros e homens livremente
Romper na vida toda forma de prisão
Que só o amor e liberdade nos cativem
Aprisionando-se em cada coração

(Não tem preço, a liberdade não tem dono
Só quem é livre sente prazer em cantar
Se um passarinho canta mais quando está preso
É no desejo de um espaço pra voar)


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