Bailando E Matando A Sede
Cantor e Campeiro (2012)
Volnei Gomes
(Volnei Gomes/Éder Oliveira "Nativo"/Kátio Medeiros)
No tranco do pingo bueno me emborracho de sereno
E num fandango me enveneno nos beiço' de uma morena
Mango no cabo da faca, deixo meu baio na estaca
Me boleio na fuzarca pra noite não ser pequena
Nestes baile' de fronteira eu gasto as bota' na vaneira
E dou-lhe um coice na canseira e na cisma de domador
Quando alguma querendona sai no tranco da cordeona
Que nem potra redomona se atando no maneador
Vai no "chacoaio" do fole
Que as chinas de corpo mole vão num balanço de rede
E o gaiteiro, cochilando, nem ouve o povo cantando
Bailando e matando a sede
Nesses bailes macanudo' que se esquece quase tudo
E larga a égua co's cuiúdos que se vão pro corredor
Vem índio lá da picada retoçando a bagualada
Pra bailar de cola ataca um vanerão sapateador
E, quando o galo abre a goela, tem gente lá na capela
E as véia' acendendo vela pra ver se casa as guria'
E o padre chega pra missa e toma um café com linguiça
E a indiada já se atiça pra dançar até o meio-dia
Vai no "chacoaio" do fole...