Chineiro
20 Anos de Estrada (2013)
Os Tiranos
Amaro peres
gastei os pila no chinaredo e carpeta
oiga-le vida sotreta me esvaziaram as confiança
tomei uns vinho, tal de caseiro do diabo
mas que tal, eu nem sabia que o diabo tinha estância
tava faceiro igualzito pinto no lixo
de namoro com um cambicho que veio de livramento
carne novinha o macharedo de olho
arrodeando e eu de molho era o rei neste momento
a muié véia me chama de bagaceira
a família inteira diz que eu sou um baita chineiro
não tenho culpa de nascer com esta sina
gostar de trago e de china não é pecado parceiro
se fui pobre não me lembro
gosto de viver a vida
não posso com mixaria
e não adianta me “putiá”
quem quiser me encontrar
que me procure nas “guria”
gosto de china que tenha trança comprida
fica bem nas rapariga e eu me enxarco de batom
se desmanchando que nem mandioca em puchero
e eu me perco no entrevero, num choro de bandoneon
não sei se é dia ou se é noite, nem me lembro
se é agosto ou se é setembro, eu só sei que ainda é cedo
tô couro e osso, tô virado num coitado
mas nem sogro e nem cunhado me tira do chinaredo