Bem Bagual
Coisas de Valor (1987)
Velho Milongueiro
Quando eu vim para o mundo minha mãe sentiu-se mal
Foi falando pra parteira isso ai não é normal
Um guri recém nascido dançar chula num hospital
Por isso desde cedo
Eu de nada tinha medo e já me acharam bem bagual
Eu vivo solto sem maneia e sem buçal
Pelos campos desta vida sou um índio bem bagual.
Mas depois quando eu cresci fiz o curso colegial
Conheci diversas moças do interior e capital
Quando vi que dava jeito sem perceber o sinal
Comecei erguer o talo
Pensavam que era um cavalo e já me acharam bem bagual.
Mais tarde eu me casei a achei sensacional
Ter uma prenda só minha de respeito e de moral
Ver a piazada brincando la no fundo do quintal
Com sabuco e boi de osso
Na alegria e no alvoroço se criando bem bagual.
Sou índio que não se entrega nem que a coisa corra mal
Não sou de pealar pinto no meio do macegal
Conheço a lida campeira tenho marca e sinal
Não caio de redomão
Pra laçar eu sou campeão por isso sou bem bagual.