Campo do Pensamento
Coisas de Valor (1987)
Velho Milongueiro
Longe da minha cidade numa manhã de outono
Envolvido com a saudade cantei o meu abandono
Meu coração viu o gosto a lágrima do desgosto
A pronunciar no meu rosto noites perdidas de sono
No lombo do pensamento me fui de encontro ao passado
Gritando ao mundo e ao vento por que vivo abandonado
A tempestade da vida levou a minha querida
Nesse adeus sem despedida nasceu outro apaixonado.
Eu não esqueço a menina que amo desde criança
Nas cordas da minha sina enforcou minha esperança
No auge do sofrimento quando esqueço o momento
No campo do pensamento vem pastar uma lembrança
Por isso que vivo ausente da terra que amo tanto
Os meus olhos tristemente não se despede do pranto
A alma do cantador vive encharcada de dor
A relembrar este amor que faz chorar quando eu canto.