Na Melhor Idade
Pedaços (2011)
Miro Saldanha
(Letra e Música: Miro Saldanha)
Diz a experiência e eu declaro, de fonte segura,
Com base na ciência e amparo na literatura:
Quem bebe com pressa confessa, não bebe água pura;
E a boa vida começa é depois de madura.
Tenho um parente que ficou muito contente em saber:
Só bebe “água benta”, tá virando dos oitenta e quer viver;
Cai no agito, olha tudo o que é bonito e quer ter;
Chega e entra no bando, pagando pra ver!
REFRÃO (bis)
E “Vamo que vamo”, que o balanço é venenoso
E é gostoso de dançar!
Cola o corpo, que esse embalo é perigoso.
Sou idoso! Não posso escorregar!
Em casa é só queixa; não perde uma deixa se lhe dão;
Gasta fortunas, tratando a coluna e o coração;
Aguinha e remédio pra a gota, pra o tédio e pra a pressão;
Mas sai disfarçando e dançando com o copo na mão.
À noite, seu povo não sabe, de novo, onde ele está.
Manda o neto e o bisneto pra ver o que é que há!
Vovô, “manera” que a vovó tá uma fera, por lá!
‘Tava saindo e, por certo, tá vindo pra cá.
REFRÃO (bis)
Se tem mais gente, e ele sente que a barra tá pesada,
Cai logo na cama e reclama das pernas cansadas!
Fareja gandaia, rabo-de-saia e gelada,
Sai na surdina e, na esquina, não sente mais nada.
E quem sobe e desce, do eito conhece o caminho!
Sabe falar e tem um jeito de chegar devagarinho.
Diz que ‘tá carente, meio doente e sozinho;
Encosta, sai deslizando e falando baixinho.
REFRÃO (bis)
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