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Um Vistaço Na Tropa

Me Dá Licença, Brasil! (2011)

Sinuelo Pampeano

Botei um vistaço na tropa em reponte
bombeei o horizonte de um verso campeiro
o gado tranqueando o rio grande no passo
no casco o compasso do gateado-oveiro

a manga de chuva ponteou na divisa
silueta de um poncho, se abriu sobre a anca
e lá como eu, uma garça solita
figura no céu uma cruz de asas brancas

eu trago uma pátria no par das esporas
templada de estrelas colhidas no sul
e outra rangindo por sobre a carona
firmando o sustento de um bom paysandú

com léguas de estrada no apoio do gado
o tempo bem sabe que eu tenho fronteiras
e os ventos guapeiam no meu campomar
galpão que é meu poncho, sem cor de bandeira

até a estampa encardida da tarde
ganhou olhos de maio e cismou a empeçar
pois se agranda a vontade de pasto pra tropa
de mate, cambona e desencilhar

avisto a estância nas léguas que faltam
imagino o angico campeando nas brasas
fogueando a saudade com a paz do galpão
e a alma da gente, se sente nas casas
( )
eu trago uma pátria no par das esporas.


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