Embrujos De Chamamé
Canto Chamamecero (2009)
Antonio Gringo
(Diego Müller/Sérgio Rosa)
Minha cordeonita é um rio
Mi pueblo é alma de mar
Sou a água marejada
Que faz meu verso cantar
São torcazas na garganta
E esperança en el tapé
Onde ruínas se ergueram
Ante o tempo imaguaré
Sou pranto avá guarany
Sob a lua missioneira
Quando o uivo de um guará
Chora em voz chamamecera
Y la m’baracá dos ventos
É som de taba guaranyeté
Levando pra o mundo novo
O mais remoto chamamé
Por isso que quando canto
Choro as vozes do Uruguai
Imitando o timbre antigo
Dos ecos de um sapucay
Vendo cestos margeando nas estradas
Pra quem não quer me escutar
Mas meu ancestral me embruja
Com a voz que não vai calar
É o chamamé no rio que vou
E vai também para algum mar
Acende a esperança índia
Que faz meu mundo cantar
Por isso que quando canto...
Los pomberos musiqueros
Y el Yaci-yateré
Cantan en mi voz guarani
Mi pueblero Guayaqui
Con embrujos de chamamé
Por isso que quando canto...
Torcazas: Pombas
Tapé: Estrada, caminho
Imaguaré: Antigo, remoto
Avá: Índio
Guará: Lobo
M’baracá: Violão, guitarra
Garanyeté: Bem guarani
Sapucay: Grito de guerra índio
Cachapé: Carro de boi, carreta
Pomberos: Duendes
Yaci-yateré: Saci-pererê (lenda guarani)
Guayaqui: Tribo guarani
Embrujo: Feitiço